18 de março de 2015

Automedicaçáo ocular pode até levar à cegueira

Automedicação ocular pode até levar à cegueira
Colírios e substâncias que parecem inofensivas, como a água boricada, podem ocasionar vários problemas nos olhos e devem ser utilizadas apenas sob prescrição médica
 (Reprodução)
Os olhos coçam, ardem doem. A providência imediata é pingar um colírio qualquer, sem orientação médica. Certo? Errado. Apesar de costumeira, a automedicação ocular, como qualquer outra, é extremamente arriscada: o procedimento pode levar até mesmo à cegueira irreversível. Segundo o oftalmologista Sebastião Ferreira, do Oftalmed – Hospital da Visão, o problema é bem maior do que parece. “Em muitos casos, o resultado da automedicação pode ser contrária ao esperado. Além de não sanar o incômodo, ela pode agravar a doença ou disfarçar outro problema mais grave e até levar a cegueira”, conta.

Mesmo assim, a prática é comum. Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para Farmacêuticos (ICTQ) realizou um estudo em várias capitais brasileiras e revelou um dado alarmante: no DF, cerca de 83% da população faz uso de medicamentos a partir da indicação de familiares, amigos, colegas e vizinhos. Isso acontece porque os pacientes acreditam que algumas dessas substâncias são inofensivas, o que pode ser equivocado. “A água boricada, por exemplo, é uma das substâncias que as pessoas mais usam para trazer alívio as irritações nos olhos, o que pode ocorrer num primeiro momento, mas depois piorar o problema. Até mesmo o uso de soro fisiológico deve ser evitado”, recomenda o oftalmologista.

Já o oftalmologista Jonathan Lake explica que no caso do uso irregular de colírios, vários problemas podem ser causados, inclusive por aqueles usados para deixar o olho mais branquinho: também conhecidos como adstringentes, eles podem causar a catarata. “É importante que a pessoa tenha um diagnóstico correto e utilize o medicamento específico para o problema. O uso incorreto pode comprometer a visão e causar problemas sérios como a glaucoma, ressecamento dos olhos e alteração na lágrima”, explica.

Sintomas

A dupla de oftalmologistas lembra que os sintomas de toxicidade incluem sensação de areia nos olhos, vermelhidão, ardência, sensibilidade à luz e visão turva. “Ao se manifestarem alguns desses sintomas, o uso do colírio ou de qualquer outra substância deve ser interrompido e o paciente precisa procurar imediatamente um oftalmologista para identificar o problema e iniciar o tratamento adequado”, orientam.

Dicas

- Lave as mãos antes e depois de aplicar qualquer medicamento nos olhos;

- As instruções do oftalmologista quanto ao uso do medicamento, como dosagem, número de aplicações e agitação do produto antes da aplicação, por exemplo, devem ser rigorosamente seguidas;

- Se você usa lentes de contato, retire-as antes de aplicar o produto e recoloque-as dez minutos depois da aplicação;

- Pingue somente uma gota de colírio de cada vez;

- Não encoste o aplicador nos olhos para evitar contaminação;

- Não divida seu frasco de colírio com outra pessoa: cada um deve ser de uso individual;

- Caso o oftalmologista tenha prescrito mais de um colírio, deve-se aguardar cerca de 15 minutos entre as aplicações;

- Relate ao oftalmologista qualquer incômodo relativo ao uso do colírio, como ardência, vermelhidão ou irritação. Em alguns casos, será necessária uma nova prescrição

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